Você sabia que esperar alguns minutos para fazer o corte do cordão umbilical favorece a saúde do recém-nascido e não prejudica a saúde materna? No entanto, muita gente desconhece a importância desse anexo embrionário e as vantagens do clampeamento tardio, tanto no parto natural como na cesariana.
Neste artigo, explicamos tudo que você precisa saber a respeito. Continue a leitura e esclareça suas dúvidas!
Qual é a função do cordão umbilical?
O cordão umbilical tem duas artérias e uma veia. As primeiras carregam o sangue desoxigenado do feto para a placenta e a segunda leva sangue oxigenado da placenta para o feto. Assim, sua função é fornecer fluxo vascular entre o feto e a placenta, ao longo da gestação.
No parto natural, o cordão umbilical têm, em média, 1,5 cm de diâmetro e 3,6 cm de circunferência. Cordões muito espessos ou finos estão associados ao aumento do risco de patologias.
Como deve ser o corte do cordão umbilical?
Após o nascimento, o cordão umbilical é preso por duas pinças e cortado entre elas. Caso haja o desejo, o acompanhante pode fazer a secção, mesmo na cesariana.
Entre a primeira e a segunda semana de vida, o coto remanescente cai sozinho, dando origem ao umbigo. Até lá, ele deve ser mantido limpo e seco.
O que é o chamado clampeamento tardio?
Ao longo dos anos, uma série de ensaios clínicos e revisões sistemáticas foram realizadas para determinar o momento ideal para o clampeamento. O objetivo é fazer a secção do cordão umbilical da forma mais benéfica possível para o recém-nascido.
Assim, a Organização Mundial da Saúde (OMS) define como clampeamento tardio o procedimento realizado entre um e três minutos após o nascimento. Isso, no entanto, vale apenas para os recém-nascidos (a termo ou prematuros tardios) com boa vitalidade, ou seja, que não necessitaram de reanimação.
Já para os prematuros com menos de 34 semanas e boas condições clínicas, o corte do cordão umbilical deve ser feito depois de 30 segundos. Não existem evidências científicas que justifiquem o campleamento imediato, ou seja, realizado entre 10 a 15 segundos após o parto.
Quais são os benefícios do clampeamento adequado?
Nos primeiros minutos após o parto, ainda existe circulação entre o recém-nascido e a placenta, por meio das veias e artérias umbilicais. Por isso, o momento do clampeamento afeta, diretamente, a transfusão placentária.
Estudos mostram que ao aguardar, pelo menos, três minutos para pinçar o cordão, há um aumento de aproximadamente 50% do volume de sangue no recém-nascido. Essa transfusão aumenta a pressão sanguínea pulmonar do bebê, sendo diretamente responsável pelo estabelecimento da respiração extrauterina.
Além disso, a espera aumenta a transfusão de células-tronco, o que talvez explique o favorecimento das reservas de ferro no lactente. Isso, por sua vez, é essencial para prevenir a anemia na infância. Ao mesmo tempo, não há evidências de complicações maternas devido ao tempo de espera.
O momento de cortar o cordão umbilical é diferente no parto natural e na cesariana?
Não necessariamente. Na assistência humanizada ao parto natural, se não houver contraindicação, a mulher pode escolher se a secção do cordão umbilical ocorrerá um ou cinco minutos após o nascimento.
Já na assistência humanizada à cesárea, quando o bebê apresenta boas condições clínicas, ele é mantido por alguns minutos sentado dentro do útero. Isso é feito, justamente, para prolongar a pulsação do cordão umbilical.
Quais são as contraindicações ao clampeamento tardio?
Entre os impedimentos para o clampeamento tardio, pode-se citar as alterações na respiração e/ou no tônus neonatal, bem como a presença de líquido meconial. Além disso, mulheres portadoras do vírus HIV ou HTLV, entre outras condições de risco materno-fetal, também não devem demorar para fazer a secção.
Quais são os cuidados com o coto umbilical?
Para fazer a higiene, os especialistas recomendam lavá-lo, diariamente, com água e sabão ou limpá-lo com álcool 70%. Em prematuros, indica-se a higienização com soro fisiológico.
Um detalhe importante: após a limpeza, o coto deve ficar descoberto até sua secagem completa. Depois, deve-se cobri-lo com gaze.
Para reduzir o risco de infecções, é imprescindível que a mãe ou a pessoa que irá manipulá-lo esteja com as mãos muito bem lavadas. Além disso, recomenda-se trocar as fraldas com frequência, sempre após a micção e a evacuação.
Esperamos que o papel do cordão umbilical no nascimento tenha sido esclarecido. Na assistência humanizada ao parto e nascimento, defende-se o mínimo de intervenções possíveis. Dessa forma, sempre que possível, o clampeamento deve ser tardio!
Caso ainda tenha dúvidas sobre o assunto, sinta-se à vontade para entrar em contato. A equipe do Espaço Binah está à disposição!