Versão cefálica externa
A versão cefálica externa (VCE) é uma espécie de manobra realizada para deixar o bebê em posição cefálica (de cabeça para baixo. Ela é indicada quando ele se encontra em apresentação pélvica (sentado) ou transversa (atravessado). O procedimento é feito ao final da gestação, para aumentar as chances do parto natural.
Neste artigo, reunimos as principais informações a respeito. Para entender como a VCE é realizada, quando é indicada e que especialista a executa, continue a leitura.
O que é a versão cefálica externa?
A versão cefálica externa consiste em uma manobra, realizada por meio da manipulação do abdome materno, na qual o bebê é girado e reposicionado. O objetivo é aumentar as chances de ele estar em posição cefálica, ou seja, de cabeça para baixo, no dia do parto.
Dessa maneira, trata-se de um procedimento eletivo. O objetivo é aumentar as chances de ter um parto natural e diminuir a necessidade da cesariana. Estudos revisionais mostram que sua realização diminui as taxas de parto cesárea em, aproximadamente, 40%.
As mulheres com maior probabilidade de optar por esta manobra são aquelas bem informadas, incentivadas a se submeter ao procedimento, acreditam em sua segurança e desejam um parto vaginal
Quando é indicada?
De acordo com as principais sociedades internacionais de ginecologia e obstetrícia, incluindo o American College of Obstetricians and Gynecologists (ACOG) e o Royal College of Obstetricians and Gynaecologists (RCOG), o procedimento deve ser oferecido a todas as gestantes:
- cujos bebês se encontram em posição não cefálica, ou seja, estão em apresentação pélvica (sentados) ou transversa (atravessados);
- que não têm contraindicações para o parto natural.
Como é realizada?
A versão cefálica externa deve ser realizada em ambiente hospitalar. Existem diversas técnicas para executá-la, portanto, os profissionais podem adotar condutas diferentes.
O momento considerado ideal para fazer a manobra é entre a 36ª e a 37ª semana de gestação. No entanto, não existe uma data limite — o importante, logicamente, é realizá-la antes do início do trabalho de parto.
Ao término do procedimento, o bebê precisa ser monitorado por algum tempo. Se tudo estiver dentro da normalidade, a gestante recebe alta para ir para casa e seguir com o pré-natal. Assim, basta aguardar o início do trabalho de parto, com o bebê devidamente “encaixado”.
Qual é a eficácia?
O sucesso do procedimento está na redução da frequência de cesarianas. Conforme o maior estudo de revisão já publicado, o qual analisou quase 13 mil procedimentos, a taxa de VCE bem-sucedidas foi de 58%.
Nesse trabalho, demostrou-se, também, alguns fatores que contribuem para um desfecho positivo, pois facilitam a realização do procedimento. São eles:
- já ter tido um filho;
- possuir placenta posterior;
- ter uma boa quantidade de líquido amniótico;
- contar com um profissional experiente.
Existem riscos e contraindicações?
A versão cefálica externa é um procedimento seguro, com riscos mínimos. Vale lembrar que esses devem ser considerados frente aos de o bebê permanecer em posição não cefálica. Nesse caso, as possíveis consequências são:
- necessidade de realizar uma cesariana;
- ter prolapso de cordão (quando o cordão umbilical, sai antes do bebê nascer);
- ter complicações, tanto no parto natural quanto na cesárea.
Dito isso, vamos aos riscos da VCE, propriamente. A taxa total de complicações relacionadas ao procedimento é de 6,1%. Desse montante, 4,7% são alterações transitórias da frequência cardíaca fetal.
Assim, a chance de a gestante necessitar de uma cesariana de urgência é de apenas 0,4%. Em relação às contraindicações à VCE, valem as mesmas contraindicações ao parto natural. Essas incluem, mas não se limitam, a placenta prévia e o herpes genital ativo.
Que especialista realiza o procedimento?
O procedimento deve ser realizado, somente, por ginecologistas obstetras com experiência nesse tipo de manobra. Ele é sugerido durante o pré-natal, caso o respectivo médico identifique a necessidade.
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Sabe o que mais faz de nós referência em assistência humanizada ao parto e nascimento? Entre outros fatores, o fato de acolhermos, incentivarmos e informarmos as mulheres, para que elas possam decidir, com consciência, o que é melhor para si e para seus bebês!
No caso da versão cefálica externa, quando bem indicada e corretamente executada, seus benefícios são indiscutíveis. Por isso, se seu bebê não estiver corretamente “encaixado”, agende uma consulta e converse com nossos especialistas.
Se ainda restarem dúvidas sobre o assunto, entre em contato. Estamos à disposição para todos os esclarecimentos!