A insuficiência cervical (IC) é uma doença que provoca a dilatação precoce do colo do útero. Popularmente conhecida como “colo do útero fraco”, ela só pode ser diagnosticada depois que a mulher engravida. Sem o devido tratamento, pode levar a abortos tardios e a partos prematuros.
Neste artigo, mostramos quais são as causas associadas à sua ocorrência, como é o quadro clínico e como são realizados o diagnóstico e o tratamento. Veja, também, onde tratar esse tipo de complicação da gravidez, com toda segurança e acompanhamento humanizado, em Florianópolis (SC). Boa leitura!
Quais são as causas da insuficiência cervical?
Como explicado, a insuficiência cervical, também chamada de insuficiência istmocervical (IIC), consiste em uma falha no sistema oclusivo do útero. A condição está ligada a abortos tardios e a partos prematuros, geralmente, ocorridos no segundo trimestre.
Por conta disso, é considerada um fator que leva à gravidez de alto risco. Algumas vezes, sua ocorrência está relacionada a lesões decorrentes de um parto anterior ou de cirurgias prévias na região. No entanto, há casos de IC sem causas conhecidas.
É importante esclarecer que ter o colo do útero curto, por si só, não leva ao diagnóstico de IC. O comprimento do colo só ajuda a diagnosticar a doença em mulheres com histórico de abortamentos e prematuridade.
Como é o quadro clínico característico da doença?
O American College of Obstetricians and Gynecologists (ACOG) define a insuficiência cervical como a “incapacidade do colo uterino reter a gravidez no segundo trimestre, na ausência de contrações clínicas, trabalho de parto ou ambos.” Assim, na prática clínica, a IC é caracterizada pelo histórico de perdas gestacionais sempre no mesmo período.
A ocorrência padrão consiste na cervicodilatação, seguida da rotura das membranas e da rápida expulsão do concepto (vivo e sem malformações). Tudo isso, com pouca ou nenhuma dor e, por vezes, um pequeno sangramento.
Como é feito o diagnóstico durante a gravidez?
Para levantar a suspeita de insuficiência cervical fora da gravidez, o ginecologista obstetra se baseia no histórico de perdas gestacionais. Além disso, o médico considera os resultados:
- do teste da vela 8, ferramenta diagnóstica que consiste na passagem de uma vela pelo orifício do colo uterino, sem apresentar resistência, detectando sua dilatação anormal;
- da histerosalpingografia (HSG), um exame radiográfico do útero e das trompas uterinas, feito com o uso de contraste iodado.
No entanto, a confirmação (ou exclusão) diagnóstica só pode ser dada durante a gravidez, sendo baseado na anamnese e na cervicodilatação precoce. Além disso, costuma-se medir o comprimento cervical por meio da ultrassonografia transvaginal, uma ferramenta crítica para diagnóstico e monitoramento da IC.
Como é realizado o tratamento da IC?
O principal tratamento da insuficiência cervical é feito por meio da cerclagem do colo do útero (também chamada de cerclagem uterina ou cerclagem cervical). O procedimento consiste na sutura do colo do útero (na porção vaginal), para impedir a sua abertura antecipada. Além disso, o uso de progesterona suplementar (vaginal ou intramuscular) é uma prática recomendada em conjunto com a cerclagem, principalmente, em pacientes de alto risco.
Idealmente, a cerclagem cervical é realizada após o terceiro mês de gestação, uma vez confirmado o diagnóstico de IC. O procedimento é feito em centro cirúrgico, sob anestesia geral, geralmente, por via transvaginal. A cerclagem laparoscópica é uma opção reservada para casos de falhas na cerclagem padrão.
Em média, a alta é dada após 24 horas de internação hospitalar, período em que a mulher permanece em observação. Felizmente, graças aos avanços na execução do procedimento, as ocorrências de complicações pós-operatórias são cada vez menores.
Quais são os principais cuidados pós-cerclagem?
Após realizar a cirurgia para tratar a insuficiência cervical, recomenda-se o repouso relativo (descansar em parte do dia) e a abstinência sexual. No entanto, as recomendações específicas são fornecidas, individualmente, pelo médico responsável, conforme cada caso.
Quando a sutura da cerclagem é removida?
Quando se planeja ter parto natural, a sutura (feita com fio inabsorvível) costuma ser removida entre a 36ª e a 37ª semana de gestação. Já quando existe indicação obstétrica para cesariana, a remoção dos pontos da cerclagem é feita logo após o nascimento, ainda sob efeito da anestesia. Ainda assim, a decisão pode ser individualizada, dependendo de fatores específicos da gravidez.
Leia também: Parto normal ou cesárea: tenho o direito de decidir?
Esperamos que suas dúvidas sobre a insuficiência cervical tenham sido esclarecidas. Como explicado, a cerclagem do colo do útero reduz o risco de aborto e de parto prematuro. Dessa maneira, se corretamente indicada e realizada, a cirurgia é muito benéfica para a saúde e o bem-estar da mulher e do bebê!
Em caso de dúvida, entre em contato. A equipe do Espaço Binah, clínica especializada no acompanhamento obstétrico humanizado, localizada em Florianópolis (SC), está à sua disposição!