Saúde e Bem-estar

É possível prevenir doenças nos ovários e útero?

Atualizado em: 23/06/23 | Dicas de saúde

É possível prevenir doenças nos ovários e útero?

A prevenção de doenças nos ovários e no útero segue as mesmas diretrizes da prevenção de enfermidades como um todo. Dessa forma, baseia-se na combinação de hábitos de vida saudáveis, idas às consultas ginecológicas periódicas e, em caso de problemas, diagnóstico precoce e tratamento imediato.

Neste artigo, mostramos os comportamentos de risco e demais fatores relacionados às doenças ovarianas e uterinas mais comuns. Explicamos, também, como prevenir sua ocorrência ou, pelo menos, seu agravamento. Confira!

Quais são as causas das doenças ovarianas e uterinas?

As causas das doenças nos órgãos reprodutivos femininos são múltiplas. Muitas delas têm relação com alterações hormonais, como a síndrome dos ovários policísticos (SOP), os miomas uterinos (ou miomas cervicais) e os cistos ovarianos.

Outras, por sua vez, estão relacionadas a comportamentos de risco, como infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) adquiridas em relações sexuais sem o uso de preservativos. Entre essas doenças, destaca-se a doença inflamatória pélvica (DIP), uma infecção polimicrobiana. As principais causas da DIP não tratada são as bactérias Neisseria gonorrhoeae e Chlamydia trachomatis, ambas transmitidas sexualmente.

Já no caso do câncer de ovário, a ocorrência pode ter relação com tratamentos hormonais. É o caso da terapia hormonal após a menopausa e dos tratamentos de fertilização in vitro (FIV). Outros fatores possivelmente relacionados são:

  • avanço da idade;
  • obesidade;
  • histórico reprodutivo tardio (primeiro filho após os 35 anos);
  • histórico familiar de câncer de ovário, colorretal ou mama;
  • histórico pessoal de câncer de mama;
  • presença de certas síndromes hereditárias e genes específicos.

Já o câncer de colo do útero, por sua vez, tem relação com diversos comportamentos de risco. É o caso da infecção pelo HPV (papilomavírus humano), múltiplos parceiros sexuais, parceiro sexual de alto risco (por exemplo, alguém com múltiplos parceiros, histórico de ISTs anteriores etc).

Há, também, o impacto do tabagismo, pois as toxinas presentes nos cigarros prejudicam o sistema imunológico, deixando-o menos eficiente no combate às ISTs. Além disso, existe a influência da alimentação, uma vez que uma dieta pobre em nutrientes essenciais aumenta as chances de desenvolver a doença.

Outros fatores de risco, possivelmente, associados à neoplasia de colo uterino são:

  • imunossupressão, o que faz com que lesões pré-cancerígenas evoluam mais rápido;
  • primeira gestação com menos de 20 anos;
  • histórico de neoplasia intraepitelial escamosa vulvar ou vaginal (a infecção por HPV também é a etiologia da maioria dos casos dessas condições).

Por fim, existem as enfermidades nos ovários e útero cujas causas não são bem estabelecidas. É o caso da: endometriose e da adenomiose.

Como prevenir a ocorrência de doenças nos ovários e útero?

A melhor forma de prevenir a ocorrência de doenças nos ovários e útero é aderir às recomendações dos especialistas para manter uma boa saúde geral. Entre elas, incluem-se medidas como:

  • manter uma alimentação saudável e equilibrada;
  • praticar atividades físicas regularmente;
  • reduzir o estresse e buscar formas de relaxamento;
  • garantir uma boa qualidade de sono;
  • parar de fumar para preservar a saúde;
  • utilizar preservativos nas relações sexuais como forma de prevenção;
  • evitar a automedicação e seguir corretamente as prescrições de medicamentos e suplementos;
  • tratar o sobrepeso, obesidade e outras condições de saúde associadas, como hipertensão e diabetes;
  • realizar consultas ginecológicas periódicas e fazer os exames de rotina recomendados, como o teste de HPV e o exame de Papanicolau.

Por que os check-ups ginecológicos são tão importantes?

check-up ginecológico permite identificar eventuais alterações no sistema reprodutor feminino em estágios iniciais, muitas vezes, antes de provocarem sintomas. Isso possibilita o tratamento em tempo oportuno, o que o torna mais simples e efetivo.

Dessa forma, o acompanhamento ginecológico de rotina deve começar com a menarca ou antes da primeira relação sexual e se manter ao longo da vida da mulher. A primeira visita, geralmente, é voltada para a obtenção de informações sobre saúde reprodutiva, prevenção de doenças e aconselhamento sobre métodos contraceptivos. Depois, a frequência das consultas e os tipos de exames vão sendo adaptados a cada fase.

Outros aspectos muito importantes das idas regulares às consultas ginecológicas são às orientações quanto aos hábitos de vida. Como mostrado, certos comportamentos têm relação com o desenvolvimento de doenças nos ovários, útero e outros órgãos e estruturas próximas, necessitando ser corrigidos.

Mas, apesar das vantagens do check-up ginecológico regular serem inquestionáveis, em meio à “correria”, muitas mulheres negligenciam os cuidados com a própria saúde. Você sabia que os cânceres de colo uterino e de ovário respondem por cerca de 40% de todas as neoplasias diagnosticadas nas brasileiras? Isso faz deles o primeiro e o segundo tipos mais incidentes.

No caso desses tumores, a demora na detecção é a grande responsável pelos elevados índices de mortalidade. No entanto, o diagnóstico precoce potencializa as chances de cura dessas e de outras enfermidades. Isso faz com que reservar um tempinho na agenda para ir ao ginecologista valha muito a pena!

Portanto, para prevenir o desenvolvimento de doenças nos ovários e útero, bem como outros distúrbios de saúde, adote um estilo de vida saudável. Além disso, visite seu médico e faça os exames periódicos. Dessa forma, mesmo que haja alguma alteração, as chances de identificá-la de maneira precoce e tratar o problema sem maiores complicações aumenta consideravelmente!

Em caso de dúvidas, entre em contato. A equipe do Espaço Binah está à disposição!

Ginecologista, obstetra e diretor técnico do Espaço Binah - CRM/SC 13.883 | RQE: 9909

VEJA TAMBÉM

Conheça o papel do sangue do cordão umbilical

Diversos estudos sugerem que o sangue do cordão umbilical (SCU) possui importantes funções protetivas para recém-nascidos (especialmente, prematuros), devido à presença de…
13 de outubro, 2024

Saiba tudo sobre a duração do trabalho de parto

A duração do trabalho de parto natural leva, em média, de 12 a 18 horas na primeira gestação. Já nas gestações subsequentes, o processo…
25 de setembro, 2024

O que é insuficiência cervical?

A insuficiência cervical (IC) é uma doença que provoca a dilatação precoce do colo do útero. Popularmente conhecida como “colo…
5 de setembro, 2024