Os cuidados com o bebê prematuro são essenciais para sua sobrevivência, boa saúde, desenvolvimento adequado e longevidade. Considerando a elevada incidência dessa condição — estima-se que, em todo mundo, 1 em cada 10 crianças nasçam “antes do tempo” — é imprescindível falarmos a respeito.
Neste artigo, mostramos os principais fatores relacionados a sua ocorrência e o que o quadro implica. Além disso, explicamos a importância do fortalecimento do vínculo afetivo entre mãe e filho, desde os primeiros momentos de vida. Confira!
O que é prematuridade?
A prematuridade é definida como o nascimento que ocorre antes de 37 semanas concluídas de gestação. A condição implica em um risco considerável de morbimortalidade — termo médico que se refere à relação entre a morbidade (número de pessoas afetadas por uma doença) e a mortalidade (número de mortes) em uma determinada população. Isso, principalmente, entre bebês extremamente prematuros (com idade gestacional menor do que 28 semanas).
Além disso, sabe-se que complicações do nascimento prematuro são as principais causas de morte em crianças com menos de cinco anos. Por outro lado, 75% desses óbitos poderiam ser evitados por meio de intervenções simples e efetivas.
Categorias de prematuridade
Conforme a semana do seu nascimento, o bebê prematuro é classificado em diferentes categorias. Dessa forma, considera-se como prematuros moderados a tardios, os bebês nascidos entre 32 e 37 semanas de gestação e, como muito prematuros, os nascidos entre 28 a menos de 32 semanas.
Existe, ainda, os já citados extremamente prematuros. Tratam-se daqueles com menos de 28 semanas.
Causas da prematuridade
Na maioria das vezes, a prematuridade tem causas espontâneas, ou seja, quando o trabalho de parto começa sozinho antes de 37 semanas. Entre os possíveis fatores de risco relacionados à sua ocorrência, destaca-se a presença de infecções urinárias, pressão alta e/ou diabetes.
Além disso, a insuficiência cervical (IC), conhecida como fraqueza do colo uterino, também aumenta o risco. Outras vezes, no entanto, nenhuma causa é identificada.
As causas eletivas, por sua vez, estão relacionadas a indicações médicas. Essas ocorrem devido à presença de infecções ou outras complicações, que exigem a indução do trabalho de parto ou a realização da cesariana mais cedo.
O parto também pode ser antecipado em casos de história prévia de partos prematuros ou abortamentos. Além disso, fatores como malformações uterinas, sangramentos, deficiência de vitaminas B12 e B6, entre outros, também podem levar à sua realização.
Como cuidar de um bebê prematuro?
Um bebê prematuro não consegue regular a própria temperatura e, muitas vezes, tem dificuldade para respirar. Por essas e outras razões, necessita de atenção especializada e cuidados intensivos específicos, que lhe permita não apenas sobreviver, mas se desenvolver de forma saudável.
Devido ao baixo peso, é preciso um zeloso acompanhamento do crescimento e gerenciamento nutricional. Mesmo que por meio de sonda, o aleitamento deve ser feita com o próprio leite materno e, somente quando não for possível, com fórmulas pré-termo.
Mas, mais do que isso, é importante garantir que o contato com os pais seja irrestrito. Entretanto, o acesso às Unidades de Terapia Intensiva Neonatais (UTIN) nem sempre é fácil.
Por que o contato materno é importante?
Por mais que seja necessário, o uso da incubadora priva o contato materno. No entanto, sabe-se que o corpo da mãe é a forma mais eficaz de prover calor, alimento, proteção contra infecções, segurança, estímulos e amor. Ou seja, além de aconchegante, serve para prevenir complicações típicas da prematuridade.
Devido a isso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estimula a realização do método canguru (Kangaroo Mother Care) no cuidado do bebê prematuro sem problemas de saúde. A técnica, considerada gentil e eficaz, consiste no seu envolvimento em um tecido, para ser transportado, pele a pele, junto ao corpo da mãe.
Quando começar?
O método canguru deve começar, de preferência, imediatamente após o nascimento. A duração varia caso a caso, podendo ir de meia-hora (algumas vezes por semana) a, praticamente, 24 horas por dia.
Quais são os benefícios?
O método promove a saúde e o bem-estar, bem como fortalece o vínculo afetivo. Assim, trata-se de uma abordagem humanizada, que permite complementar os cuidados recebidos na incubadora, favorecendo a prevalência e a duração da amamentação e, consequentemente, o ganho de peso.
Além disso, existem mais benefícios comprovados. É o caso das melhores taxas cardíacas e respiratórias, dos padrões de sono e comportamento mais tranquilos, entre outros.
E tem mais! O estresse, medido por meio do nível de cortisol salivar, é menor em recém-nascidos prematuros submetidos à técnica.
Quais são os cuidados pós-alta?
Após a alta hospitalar, os cuidados com o bebê prematuro continuam em casa, seguindo as orientações da equipe de profissionais responsáveis. A preparação da família é feita durante a internação, visando facilitar a adaptação ao lar.
Em suma, ter um bebê prematuro não é uma tarefa fácil, mas também não precisa ser motivo de desespero. Com o apoio de especialistas preparados e humanizados, essa fase pode ser administrada da melhor forma possível, levando a um futuro saudável e com qualidade de vida!
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