Muitas mulheres que já tiveram filhos e não desejam engravidar novamente têm dúvidas sobre como é feita a laqueadura tubária. Para quem não conhece, trata-se de um procedimento que interrompe a comunicação entre os ovários e o útero, impedindo que os espermatozoides alcancem os óvulos. Consequentemente, inviabiliza-se a concepção.
Neste conteúdo, explicamos como funciona o procedimento de contracepção feminina permanente mais realizado no mundo, quando ele é indicado e quais são suas taxas de eficácia. Confira!
Como é feita a laqueadura?
A laqueadura tubária (ou ligadura de trompas) consiste em interromper a passagem pelas tubas uterinas, as estruturas que transportam os óvulos dos ovários para o útero. Com isso, cria-se uma barreira que impede a fecundação.
Para realizá-la, pode-se fazer a cirurgia por via abdominal (videolaparoscopia ou minilaparotomia) ou vaginal (colpotomia), as quais são consideradas simples e levam menos de uma hora. A seguir, saiba mais sobre cada técnica.
Videolaparoscopia
A videolaparoscopia é uma técnica minimamente invasiva, cuja recuperação é rápida e confortável. Ela pode ser feita a partir da sexta semana após o parto ou em qualquer momento fora do período gravídico-puerperal.
O procedimento ocorre em ambiente hospitalar, sob anestesia geral. Para realizá-lo, são feitas três pequenas incisões no abdômen, através das quais os instrumentos cirúrgicos e uma minicâmera (laparoscópio) são inseridos. Dessa maneira, o médico tem uma visão detalhada e ampliada da região, interrompendo (cortando e amarrando ou selando) o trajeto entre as tubas e o útero.
Minilaparotomia
A minilaparotomia costuma ser associada à cesariana, embora não seja uma indicação para a mesma. Nesses casos, ela é realizada logo após o parto (passado o período de contato inicial entre mãe e filho), evitando uma nova cirurgia.
O procedimento consiste na remoção de parte das tubas uterinas através de uma única incisão transversa no abdômen, posicionada na linha acima dos pelos pubianos.
É realizado em ambiente hospitalar, sob anestesia raqui ou peridural. Sua recuperação, no entanto, é mais lenta e dolorosa do que na videolaparoscopia.
Colpotomia
Na colpotomia, o acesso se dá por via vaginal e é feito através de uma pequena incisão ao redor do colo do útero. Por meio dela, o cirurgião alcança as trompas e pode interromper a passagem pelos seus canais.
O método é considerado pouco invasivo, implicando em uma perda de sangue pequena e em uma recuperação tranquila. Porém, pode ser difícil de executar em mulheres com histórico de cirurgias pélvicas prévias.
E quanto a laqueadura via histeroscopia?
A laqueadura via histeroscopia não é mais realizada, pois os dispositivos necessários para a sua execução (micro implantes) pararam de ser fabricados. Portanto, a técnica não é uma opção para quem busca alternativas de esterilização permanente.
O procedimento é eficaz?
Após entender como é feita a laqueadura, surgem as perguntas sobre a sua efetividade. Estudos mostram que a taxa de contracepção do procedimento é superior a 99%. Ainda assim, nenhum método contraceptivo é 100% eficaz.
Entre as mulheres que engravidam após realizá-lo, cerca de um terço apresenta gravidez ectópica (fora do útero). Nesses casos, a concepção ocorre nas trompas de Falópio.
Vale destacar, ainda, que a cirurgia de esterilização feminina não altera os níveis hormonais femininos. Dessa maneira, não afeta os ciclos menstruais.
Quando é indicado?
A laqueadura é indicada, principalmente, para mulheres com a prole já formada e que não desejam mais gerar filhos. Mas, trata-se de uma decisão individual e, como tal, pode ser realizada por:
- mulheres com mais de 21 anos de idade que não desejam gerar filhos, independentemente de já serem mães ou não;
- mulheres mais jovens e que já têm, pelo menos, dois filhos vivos e não querem mais engravidar;
- mulheres cuja gravidez implicaria em riscos à própria vida e/ou à vida do bebê, como portadoras de doenças graves, principalmente, que já têm outros filhos.
No mais, atualmente, o consentimento expresso de ambos os cônjuges para a realização do procedimento não é mais necessário. Exige-se, apenas, aguardar um prazo mínimo de 60 dias entre a manifestação da vontade e o ato cirúrgico.
Apesar da decisão caber somente à mulher, a orientação do ginecologista quanto à opção pela esterilização permanente é de fundamental importância. Por isso, se você tem interesse no procedimento, converse com um profissional de confiança. Afinal, o acompanhamento individualizado e especializado, tanto para a tomada de decisão quanto ao longo da recuperação, é fundamental!
Para concluir, esperamos ter esclarecido como é feita a laqueadura e os principais pontos a respeito do procedimento. No entanto, se ainda restarem dúvidas, conte com a expertise e o suporte da equipe do Espaço Binah!
Se estiver em Florianópolis, SC, sinta-se à vontade para entrar em contato. Estamos à sua disposição!