Saúde e Bem-estar

AMIU: o que é e como é feito

Atualizado em: 29/11/22 | Ginecologia, Obstetrícia

AMIU: o que é e como é feito

O método AMIU (aspiração manual intrauterina) é empregado no tratamento ambulatorial do abortamento retido ou incompleto. Esse pode ser espontâneo ou induzido (no Brasil, autorizado legalmente em situações específicas). Nesse caso, basicamente, é permitido para vítimas de estupro, quando há risco de morte materna ou quando o feto é anencéfalo.

Neste artigo, explicamos o que é, para que serve e como é feito o procedimento, bem como quanto tempo depois da AMIU vem a menstruação. Para esclarecer essas e outras dúvidas, continue a leitura.

O que é e para que serve a AMIU?

A AMIU é um procedimento cirúrgico realizado, geralmente, no primeiro trimestre de gestação. Trata-se de uma técnica simples, segura e rápida, com baixas taxas de complicações, que serve para promover o esvaziamento uterino. Por isso mesmo, é considerada a primeira escolha da Federação Internacional de Ginecologistas e Obstetras (Figo) e da Organização Mundial da Saúde (OMS) para tratar abortamentos.

A aspiração manual intrauterina é feita em ambiente ambulatorial devidamente equipado, após confirmada a perda gestacional. Essa, como mencionado, pode ser espontânea ou induzida por medicamentos específicos (misoprostol).

Quais são as principais contraindicações?

Considera-se como contraindicação à sua realização condições anatômicas que impossibilitem o acesso à cavidade uterina. É o caso, por exemplo, da presença de miomas de grande porte.

Além disso, mulheres com gestações acima de 12 semanas não devem ser submetidas ao método. O mesmo vale para aquelas com dilatação cervical maior do que 12 mm.

Como a aspiração manual intrauterina é realizada?

Primeiramente, é preciso avaliar a indicação para o procedimento. Para isso, o médico faz uma anamnese detalhada, realiza exames físicos e solicita um ultrassom pélvico. Por vezes, pode solicitar, também, avaliações cardíacas e pulmonares.

Confirmada a indicação, a AMIU é feita sob anestesia local e sedação ou somente a sedação, com recomendações individualizadas para o controle da dor. O método consiste na inserção de uma cânula conectada a uma seringa a vácuo, para aspiração do conteúdo intrauterino.

As cânulas são estéreis, descartáveis e flexíveis, com pontas arredondadas e cujos diâmetros variam de 4 mm a 12 mm. Assim, pode-se aspirar o conteúdo intrauterino.

O procedimento acaba quando a aspiração termina. Isso é constatado pelo médico, ao notar:

  • a ausência de ovulares na cânula;
  • a presença de uma espuma levemente rosada;
  • a sensação de aspereza da superfície do endométrio;
  • e/ou o enluvamento (contração do útero em torno da cânula).

Vale destacar que, para evitar infecções, a paciente recebe a profilaxia antibiótica antes do procedimento. Ao término, ela permanece um breve período (de 20 a 30 minutos) em observação. Em seguida, é liberada para ir para casa, sem necessidade de internação.

A exceção são mulheres que se encontram instáveis e/ou apresentam outras condições médicas, como insuficiência cardíaca, anemia grave, etc. Nesses casos, a internação se faz necessária.

Por que o procedimento é considerado superior à curetagem uterina?

Segundo a Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), na curetagem uterina, corre-se um maior risco de deixar vestígios na cavidade uterina. Além disso, podem ocorrer complicações como:

  • perfuração e, posteriormente, um quadro de endometrite;
  • alterações estruturais do colo uterino, devido à dilatação cervical, aumentando as chances de novas perdas gestacionais;
  • aderências entre as paredes do útero, dificultando uma futura concepção; entre outras alterações.

Tudo isso, sem falar no maior desgaste físico e emocional. A AMIU, por outro lado, reduz os riscos, bem como o tempo de permanência hospitalarmelhorando a qualidade da assistência à paciente submetida ao procedimento.

Quanto tempo depois da AMIU vem a menstruação?

Essa é uma dúvida muito frequente. Após realizar uma AMIU, é esperado que o organismo demore algumas semanas para se recuperar. Em média, o ciclo menstrual costuma levar de quatro a seis semanas para voltar ao normal.

No entanto, a fertilidade pode retornar mais rápido, em torno de dez dias. Sendo assim, caso não pretenda engravidar tão cedo, é necessário adotar métodos contraceptivos.

O ginecologista responsável irá indicar as formas de contracepção mais adequadas. Na maioria das vezes, isso é feito em seguida ao procedimento, com o objetivo de prevenir gravidezes indesejadas. Já se o intuito for tentar engravidar, a conversa com o especialista é direcionada ao planejamento gestacional, não havendo necessidade de esperar meses para engravidar novamente.

Onde realizar o procedimento em Florianópolis?

No Espaço Binah, localizado em Florianópolis, realizamos a AMIU e diversos outros procedimentos ginecológicos e obstétricos. Aqui, tudo é feito com a máxima segurança, humanização e conforto (físico e emocional). Para isso, contamos com um corpo clínico interdisciplinar e especializado na saúde da mulher!

Caso haja alguma dúvida sobre o assunto, sinta-se à vontade para entrar em contato. Aproveite, também, para seguir o Binah no Facebook e Instagram!

Ginecologista, obstetra e diretor técnico do Espaço Binah - CRM/SC 13.883 | RQE: 9909

VEJA TAMBÉM

Conheça o papel do sangue do cordão umbilical

Diversos estudos sugerem que o sangue do cordão umbilical (SCU) possui importantes funções protetivas para recém-nascidos (especialmente, prematuros), devido à presença de…
13 de outubro, 2024

Saiba tudo sobre a duração do trabalho de parto

A duração do trabalho de parto natural leva, em média, de 12 a 18 horas na primeira gestação. Já nas gestações subsequentes, o processo…
25 de setembro, 2024

O que é insuficiência cervical?

A insuficiência cervical (IC) é uma doença que provoca a dilatação precoce do colo do útero. Popularmente conhecida como “colo…
5 de setembro, 2024